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“Visual Law” x Design Jurídico (ou Legal Design)


Ao contrário do que muitos pensam, quando falamos em design jurídico (ou mais conhecido como legal design, em inglês), não falamos sobre estética, beleza ou arte. Na verdade, quando falamos sobre o legal design, a parte do design está diretamente relacionada à solução de problemas complexos, a partir de princípios de design de interação e design de serviço, mediante a utilização de métodos centrados no usuário.


O design jurídico é a interseção entre o design e o direito, com o objetivo de estruturar um sistema jurídico mais claro, amigável e acessível, a partir da compreensão das dificuldades e necessidades das pessoas que utilizam serviços jurídicos.


Para encontrar uma proposta de solução para o problema, o design jurídico passa por cinco etapas:

1. Descoberta - coleta de dados e informações para entender a dor do usuário, suas necessidades, anseios e desejos;
2. Síntese - nesta fase, é realizada análise dos dados e informações coletados durante a etapa anterior, com o fim de definir o problema, do ponto de vista do cliente e, assim, compreender qual será o foco das soluções a serem propostas;
3. Construção - é na etapa da construção que se buscam soluções que se aproximem do esperado pelo usuário;
4. Testes - com o uso de protótipos, é hora de colher feedbacks do usuário para saber se avançará no desenvolvimento da solução, ou se será necessário adapta-la ou mesmo abandona-la para testar outra que atenda melhor aos critérios norteadores;
5. Evolução - após a validação do mínimo produto viável, passa-se à fase final, para a conclusão da elaboração da solução validada na fase anterior.

Além disso, o design jurídico não está limitado ao design de informações jurídicas: é bem mais amplo (além do design de informações, existem o design de produtos, de serviços, de organizações e de sistemas), muito embora o tema que vem chamando mais atenção do público, em geral, seja, de fato, o design de informações.


O visual law consiste na aplicação de elementos visuais em um documento jurídico.


No entanto, como visto, para o design jurídico, o uso de elementos visuais precisa ser muito bem pensado e aplicado apenas quando realmente fizer sentido para que aquele documento jurídico alcance a sua finalidade (é importante sempre ter em mente o destinatário da informação e a intenção do remetente).


Portanto, sim, o visual law pode ser design jurídico. Mas nem sempre é - somente será considerado design, em sua essência, quando observar as técnicas do design e passar por um processo de validação.


Por isso, “kits” e “templates” que não foram pensados para a solução de um problema específico não podem ser considerados design jurídico. Por outro lado, se o que você busca é apenas o embelezamento dos seus documentos, podem até te atender - mas aí, o resultado possivelmente vai ser bem melhor se você buscar diretamente a ajuda de um designer. Importante, nesta tomada de decisão, apenas alertar para um cuidado, já que a maior parte dos juízes nem mesmo entende como adequados documentos muito rebuscados[1].


Quer continuar conversando comigo sobre esse assunto? Considera me enviar uma mensagem!


[1] Você pode consultar o que os juízes pensam sobre elementos visuais nessas duas pesquisas - magistratura estadual e magistratura federal.

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